terça-feira, 24 de maio de 2016

QUANDO TUDO TIVER MUDADO

Quando não houver mais roça, nem jumento nem carroça, não haverá mais interior. quando não houver mais briga, nem discussão nem intriga é sinal que se acalmou. Quando não houver burro mulo, nem tapera nem matuto, é sinal que tudo mudou. Quando não houver o que mastigar, nem farinha e nem jabá, é sinal de muita dor. Quando não houver mais bezerro, nem cabrito e nem vaqueiro, é sinal que alguém chorou. Quando não houver mais criança, nem sorriso nem esperança, é sinal que se acabou. Quando tudo tiver mudado, mesmo melhor o destino, me faltará uma coisa só: meu velho sertão nordestino. (Esquizofrenias de Cícero Lajes: Quando Tudo Tiver Mudado)

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